quinta-feira, 12 de março de 2009

Convivendo entre a religiosidade e os estudos

Pe. Willy onde costuma estar diariamente, celebrando missas


A fé e a religião sempre estiveram ligadas ao cotidiano da família Paulus Wedho, na Indonésia. Criado sobre os costumes rigorosos do catolicismo, Willibrodus, ou Willy para os amigos e conhecidos, aprendeu ao lado de outros 8 irmãos, os valores e conceitos da Igreja Católica sempre aplicados por seus pais. Isso certamente o influenciou na escolha pela vocação que exerce há mais de 10 anos.


Formado em Filosofia e Teologia por seu país de origem, padre Willy está há quase 9 anos no Brasil (8 anos e 8 meses para ser mais exato) e desde 2005 administra a paróquia São João Batista, no centro de Foz do Iguaçu-PR. Willibrodus chegou ao Brasil no ano de 2000 para estudar sobre o idioma português e a cultura brasileira. Fez um curso a respeito disso em Brasília. Após 3 meses, começou a trabalhar em Guarapuava-PR e depois, mudou-se para Foz. Segundo ele, esta é “uma aventura cheia de experiências”.

Vindo de um país completamente diferente do nosso, não faltaram dificuldades, principalmente com o idioma. “A grande dificuldade como estrangeiro é elaborar frase, oração, parágrafo de forma correta. A estrutura de minha língua é totalmente diferente. Às vezes falo em português e penso em indonésio. Isso de vez em quando é automático. Eu digo que a língua portuguesa é difícil. A grande tendência das pessoas de outra cultura é acumular as palavras, mas sem a gramática. Isso dificulta para o entendimento na comunicação”, revela Pe. Willy em um fluente idioma português.


Apesar de já possuir dois diplomas de ensino superior (Filosofia e Teologia), seu grande sonho era mesmo o Jornalismo. Prova disso é que hoje está cursando o 5° Período de Jornalismo na União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC), em Foz do Iguaçu, restando pouco mais de dois anos para se formar. Os motivos que o levaram à escolha deste curso? Padre Willy responde: “Profissão de padre é uma profissão que exige uma boa comunicação. É preciso ser um bom comunicador. Eu ainda me sinto longe deste sonho, por isso quero me aprofundar mais nesta área da comunicação”.


Assim como grande parte dos acadêmicos que conciliam trabalho com estudos, Pe. Willy também se “desdobra” para não ficar devendo nem com seus afazeres paroquiais, muito menos com seus compromissos da faculdade. Uma rotina bastante cansativa e que começa bem cedo, logo às 5h45, horário em que costuma acordar. Às 6h30 celebra a primeira missa do dia. Como bom estudante de Jornalismo procura se informar de todos os acontecimentos pelo Brasil e no mundo através dos jornais, sejam eles impressos, ou no rádio e na TV. Atende aos fiéis que comparecem na Igreja Matriz e à noite se desloca até a UDC em mais um dia de aula. Vai dormir, segundo ele mesmo diz, por volta da 1h da madrugada.


“É muito importante administrar o tempo. É cansativo? Sim! Durmo em média cinco horas por dia. Às vezes perco o sono por preocupação com o trabalho e com o estudo. As pessoas me questionaram no começo, quando disse a elas que estudaria Jornalismo. Umas diziam: ‘O que o senhor quer com Jornalismo?’ ou ainda: ‘Padre tem que estudar a bíblia, Jornalismo não combina com o trabalho de padre’. Mas não me importei, pois tudo o que faço, faço com bom gosto. Assim, não vira um fardo pesado, mas sim um prazer”, desabafa o pároco.


E no que depender desse simpático padre prestes a completar 37 anos, não serão pequenos problemas que o farão desistir desse ideal. Aos novos acadêmicos, ele deixa uma mensagem: “Aos jovens que estão estudando agora não esqueçam de levar a sério no estudo, aproveite o tempo oportuno para captar o conhecimento e as novidades. Acredite sempre de que um dia o seu sonho se transformará em realidade. Como já diz um velho ditado que conheci aqui no Brasil, mas serve em todos os países: Deus ajuda quem cedo madruga”.

2 comentários:

toniandre disse...

Mas ah Bruno! Belo perfil do amigo Wili! Abração para todos ai e felicidades !!

Anônimo disse...

Oi Bruninho
O que esse padre faz, todos deveriam fazer, em vez de ficarem só tomando vinho e coçando...
Bom, falando sério, eu já desisti de ir à missa pq não aguento a lengalenga das mesmices de sempre.
Vou, rezo um pouco e saio.
Padre tem mesmo que se atualizar, fazer jornalismo, falar bem - enfim, ser informado e ter o DOM da oratória.
Eu já sei de cor aquelas pregações - tá na hora de virar o disco.
O que nunca guardei é quando a gente tem que levantar, ajoalher, sentar...
Outra coisa constrangedora é a hora de dar as mãos (aí parei de vez), só rezo em casa.
Adoro teus textos!!!
Mas...
Deus ajuda a quem cedo madruga, mas dá um sono o dia todo!!
Bjuuuuuuuuuuuu